- Cláudia Andrade
Enfim borboletas!
O tempo de casulo foi longo. Esperávamos que fossem dois meses e viraram nove...
No início da Pandemia sabíamos que estávamos entrando no tempo do recolher e assim fizemos um combinado: de ficarmos quietinhos em casa, mas de mãos dadas. Juntos enfrentaríamos esse tempo novo, cheio de desafios.
Trocamos uniformes por pijamas e quadro de escrever por computadores e smartphones.
Foi difícil pra caramba! A nostálgica ideia de se ficar em casa, com tempo para tantas coisas, virou muitas vezes um pesadelo real. Não estávamos preparados para engolir o mundo virtual como um xarope amargo. Tínhamos a ilusão de que ele viria devagar, homeopaticamente...
O celular não funcionava, Internet sobrecarregada, vídeos não baixavam, criança não queria fazer o dever com a mãe, a mãe se descabelava entre aulas, casa, trabalho profissional, jantar, almoço, máquina de lavar... nuuuuuuuuu....
Professora não sabia abrir os aplicativos, não conhecia o que era Zoom, Meet, plataformas... a Internet também não ajudava. E tinha que fazer culinária, aula de Artes, de Educação Física, de Inglês, coordenação motora, oficina de problemas... nuuuuuuuuu, também!
E o tempo foi passando. A gente foi acalmando, se acomodando nessa roupa nova, bebendo desse xarope, que aos poucos se tornava menos amargo, e, fomos vivendo, literalmente!
Professoras foram ficando mais à vontade com as ferramentas virtuais e logo surgiram vídeos com cenários de Disney, aulas gamificadas, aulas ao vivo, jogos, desafios e uma infinidade de Projetos de deixar a gente babando.
E as crianças? Aprenderam a ler, a escrever melhor, a operacionalizar com diversidade de estratégias, a usar uma comunicação mais clara e concatenada, a pesquisar documentários e a gravar os seus próprios documentários, depoimentos, as cenas da sua vida e do seu real aprendizado.
Tivemos Webinar todas as semanas, aulas de Mente Positiva ajudando a equilibar, Oficina do bem estar, reuniões de acolhimento com as crianças, aplicação da Inteligência Emocional e do Autoconhecimento.
O mundo on-line ganhou vida, pulso e vibração. O conteúdo e a forma de aprender foram ressignificados, fazendo brotar tantas outras experiências de valor.
As relações ficaram mais próximas (acredita?), o amor quebrou os intervalos do antes e do depois do recreio. Qualquer hora, era hora do contato, do acesso, do compartilhar de uma foto, de um trabalho, de uma pergunta para a tia Rosi, ou Fernanda, ou Sany, ou Teca...
Hoje afirmo com alegria, que nós conseguimos! Através da fé, do amor por nossas crianças e pelo entusiasmo de viver, chegar ao final do ano letivo de 2020. E chegamos com louvor e muitas vitórias! Já não somos mais os mesmos...
Para muitas pessoas, o ano de 2020 foi perdido, mas para nós, ah... foi um novo tempo cheio de grandes oportunidades.
Agradeço, em nome de todo TIME JP, à todos que não mediram esforços para continuarem vivos, que cuidaram dos seus filhos e encontraram um outro jeito de ser feliz.
Diferente sim. Trabalhoso sim. Mas, imensamente feliz!
Gratidão a todos. Já somos borboletas coloridas a voar por aí e a espalhar o nosso amor!
Forte abraço, Cláudia Andrade
